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Há vida no centro histórico

Há vida no centro histórico

O coração da cidade continua a conquistar visitantes e comerciantes, que aqui montam os seus negócios e veem os seus projetos ganhar vida.

Ela é uma casa portuguesa, mas não uma tasca qualquer, com certeza! É pequena como a sardinha de qualidade, gourmet na sua tipicidade e grandiosa na hospitalidade dos seus anfitriões.

Entre, acomode-se. Inspire-se e aprecie a história de Viseu neste que é o novo “miradouro” do Centro Histórico. Aqui “não há taça, nem televisão, nem internet”. Há conversas e tempo de qualidade. Saberes e sabores para provar.

À entrada do Adro da Sé, deixando para trás a Praça D. Duarte, resista por um momento ao impulso de continuar o passeio. Pare e perscrute a tradição e a história que habitam o Centro Histórico. O quadro de giz na entrada e a montra de produtos roubam o olhar e anunciam os novos inquilinos do Adro da Sé. Miguel e Andreia instalaram-se no coração da cidade, no nº11, trazendo com eles a Tasca Portuguesa. Ele portuense, ator e pintor. Ela viseense e designer. Viriato acenou-lhes e ambos deixaram o Porto para trás para semear e ver crescer o seu novo negócio em terras do caudilho lusitano. Do Porto trouxeram o conceito de tasca contemporânea, em Viseu personalizaram-no a gosto. Porquê o Centro Histórico? “É um ponto espetacular, com uma boa localização. Faltava aqui um conceito deste género. Tanto os turistas como os viseenses têm aqui um lugar para apreciar a Sé e beber um bom copo de vinho”, revela Miguel.

Guardemos a conversa e entremos, que já se faz tarde. Dê um passo em frente. O homem das artes convida-o a sentar-se. O ambiente é acolhedor, tradicionalmente português, não fosse assim chamada a dita casa. A música, escolhida a rigor, inspira conversas várias, num dia-a-dia onde se cruzam culturas, experiências e histórias de vida que Miguel faz questão de conhecer. Aqui param poetas, escritores, curiosos. É um recanto das artes, um local de tertúlias. Ao seu redor, há uma coleção de vinhos do Dão, uma carta de presença obrigatória. Mas também o vinho batizado com o nome da casa, gaseificado e frutado, vindo de Penafiel. As conservas da Briosa ocupam um lugar de destaque, não fossem elas as grandes protagonistas do negócio. Primeiro vai demorar-se a apreciar o cuidado de toda a embalagem, depois, difícil é escolher. Há atum, cavala, carapauzinhos, bacalhau. O famoso bacalhau que “esgotou logo na primeira semana”, salienta Miguel. Sim, porque as conservas são agora gourmet e não “sobras e comida para militares”, como antes eram consideradas. A acompanhar pode ter feijão frade ou grão de bico, regado com azeite e outros temperos. Segredos da gastronomia pela Andreia. Se está indeciso, opte pelo prego no pão com queijo da Serra. Parece que ninguém lhe resiste: “todas as pessoas gostam e é o produto que tem mais saída”.

Mas há mais, petiscos e não só. Licores, compotas, queijos, mel, chocolates, ginja. Tudo pode ser consumido na Tasca mas também pode comprar como souvenir. Lado a lado com a oferta de produtos convive o galo de Barcelos, móveis e objetos antigos, reaproveitados e reinterpretados pelos próprios, um “toque de sala, num ambiente mais caseiro”. A imagem de Nossa Senhora de Fátima, pintada por Miguel, e o Santo Expedito figuram na decoração, para admiração e apreciação de muitos os que por ali passam. Entusiastas e aventureiros, Miguel e Andreia já pensam em projetos futuros, ideias a pensar no seu público e na dinamização do Centro Histórico. Momentos musicais e sessões de poesia são algumas a pôr em prática. Mas há muito mais para vir! Dê um salto à Tasca Portuguesa. Com certeza que vai provar e aprovar. Os anfitriões esperam por si!

Acompanhe os novos inquilinos no Facebook, em www.facebook.com/tascaportuguesa.se11.

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